quarta-feira, abril 26, 2006

Eu queria acordar com ele fazendo o café da manhã nesses dias em que eu não quero levantar da cama.
Queria uma casa com uma cozinha grande e muitos utensílios pendurados nas paredes extensas, uma bancada de mármore pra fazer os doces que aprendi com a minha avó, e uma mesa de madeira pra descansar o pão.
Lá fora, um forno a lenha e uma churrasqueira pra assar carnes, peixes e legumes.
E um cachorro pra passear nessas noites de clima ameno.

segunda-feira, abril 17, 2006

Barreiras, cortes e fuscas

Deus disse: Tu irás abrir casas, não corras de teu destino.

É a terceira casa que abro e eu estou (de novo) louca e muito cansada. Porém dessa vez a coisa mudou um pouco, se fosse pra ficar do lado de fora da boqueta não teria passado da entrevista, ao ouvir as palavras “a casa inaugura oficialmente dia 25 de Abril”, eu teria desejado boa sorte e sem mais cerimônias teria ido embora, como fiz outro dia em uma entrevista para um bar novo no Itaim.

Mas o caso é que dessa vez eu passei de lado, eu atravessei a barreira. Finalmente depois de tanta enrolação, tanta indecisão e insegurança, eu entrei (arrisco dizer) no lugar que eu quero estar, um lugar que eu descobri que amo apesar de todas as desvantagens.
Sim, eu quero passar oito ou mais horas do meu dia (sem direito a finais de semana ou feriados) em uma cozinha. Mais, eu não só quero como tenho feito, e na minha primeira semana de trabalho, me cortei três vezes e sapequei o cotovelo no forno porque a cozinha é super apertada. Tenho um roxo no dedo que dói e pior, não faço idéia de como ele foi parar lá.

Mas não se trata de cortes, queimaduras, hematomas ou qualquer problema relacionado ao ofício. O que me entristece é que, como disse, a casa está abrindo, e se eu, que sempre trabalhei no salão até agora, achava que o salão era difícil de organizar, acabo de descobrir uma lei que Murph deixou passar: Se não existe organização em um restaurante, do outro lado da boqueta é tudo muito pior.

E olha, tá mais difícil do que deveria ser, muito difícil mesmo, porque eu sei bem como deveria funcionar a coisa toda. Apesar da vida toda ficar do lado de fora, eu observei bastante e posso dizer que eu sei bem a necessidade de uma mis en place bem montada, e eu queria poder ter uma sem que ninguém se meta e pegue minha salsinha ou meu sal fino e eu fique louca procurando - "Ohmeudeus, onde deixei minha salsinha??” - quando preciso preparar alguma coisa pra acompanhar o bife de chorizo que vem da chapa dali a dois minutos. Existem problemas da casa e problemas dos funcionários, um complementa o outro.

Mas, eu quero aprender tudo o que existe naquela cozinha, ganhar agilidade e depois ir pra outra que me ensine mais outras tantas coisas que eu quero muito e preciso saber. Queria muito que a próxima fosse repleta de pessoas que pudessem me ensinar coisas.

Eu não quero nadar quando as comandas chegarem em seqüência por falta de organização, porque nadar assim me desespera, me tira o centro, me deixa triste e aí eu não paro de pensar e reclamar de uma coisa que deveria ser o céu pra mim. Porque acho que cozinhar é pra mim como dirigir em uma estrada de asfalto liso num dia de calor e sol sentindo o vento bater na cara pra quem gosta de dirigir - prazer sublime e puro.

O foda é dirigir um fusca 68 que quebra toda hora.
Porém eu tenho esperanças de que ele seja consertado e me leve ao Chile, ou à Bahia, como já ouvi relatos de alguns viajantes que conseguiram chegar aos seus destinos longínquos felizes. É só ajeitar umas peças fora de lugar e pegar a estrada.

quinta-feira, abril 13, 2006

E de repente

Eu me encaixo

segunda-feira, abril 03, 2006

A alienista

Sempre achei o mundo estranho, comparado a quê eu nunca soube dizer, o fato é que agora o mundo está mais estranho ainda comparado ao que já era um tanto estranho pra mim.

As pessoas estão loucas - tudo bem, as pessoas já eram loucas, mas agora elas estão mais loucas ainda.
Parece que todos levam uma nuvem carregada de cães, gatos, ratos, baratas, lagartixas e grilos falantes em cima de suas cabeças. Insanidade pura!

Depressão, obsessão, impaciência, inveja, vingança, intriga e sorrisos amarelos com olhares tangenciais me rodeiam e invadem minha vida.

E as pessoas se manifestam querendo diversão e resoluções rápidas para os problemas - tudo bem, isso não é de hoje, é só notar quantas comédias toscas a indústria hollywoodiana produz por ano. Mas a quantidade de ‘ah, eu quero me divertir’ que ouço de pessoas inteligentes e capazes de resolver seus problemas por aí, me dá vontade de andar com um cesto de Barbies e sair distribuindo pras pessoas que querem que a vida seja pura diversão.
'Quer diversão? Então toma, vai brincar de Barbie e não enche meu saco!'

Parece que essa nuvem de loucura às vezes paira sobre minha cabeça também quando tenho algum tipo de contato com essas pessoas - com umas eu já cortei qualquer meio de comunicação, porém elas ainda me assombram de vez em quando, outras acabo de começar a me relacionar.

Seja como for, ou o mundo inteiro está louco ou eu me transformei em uma espécie bizarra de Simão Bacamarte.

sábado, abril 01, 2006

Terceiro blog

Meu primeiro blog foi descoberto pela minha família por parte de pai – provinda das fazendas de café de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, meus tios e primos batem no peito pra dizer que as filhas e irmãs são virgens. Eles têm essas dificuldades de homens machistas e preconceituosos e mais algumas outras dificuldades aliadas à total incapacidade mental.

Foi descuido meu, eu deixei o endereço no meu nick do MSN como um tipo de auto-promoção quando abri o blog, depois de quase um ano, descobri que meus primos e tios guardaram o endereço e freqüentavam o blog.

Travei, não conseguia mais escrever lá, ainda demorei um tempo pra me decidir a mudar, ao fim migrei pra outro endereço que meses depois foi descoberto pela minha prima mais nova que com essa história da família ler meu blog , achou em mim um exemplo de vida – ela só tem 16 anos.

Enfim, mesmo sem nicks denunciantes no MSN, minha família descobriu o endereço através dessa prima que me acha um exemplo de autenticidade (pobre alma), ela resolveu dar busca em meu primeiro e segundo nomes no Google, e qual era a surpresa que me aguardava? Meu blog era o primeiro link da busca!

No fim descobri que eles me liam também por um acaso. Escrevi que minha irmã estava grávida, mas não mencionei que irmã era, se a biológica ou minha amiga de infância que por vezes chamo de irmã. No mesmo dia em que escrevi e publiquei o texto, uma das minhas primas ligou pra minha irmã biológica dando os parabéns e perguntando se ela se casaria com o namorado ou se teria o bebê sozinha. Minha irmã sem imaginar o que poderia ser aquilo demorou a ligar os fatos, ao fim descobriu e me contou que a família inteira lia o blog, portanto deveria eu tomar muito cuidado com que escrevesse lá.

Cuidado...
Cuidado meu cu!

Sai fora jaburu!