Injeções, panetones e novidades

Sabe o que acontece quando se trabalha 18, 20 horas direto numa cozinha de eventos? E tenha por “cozinha de eventos“ uma cozinha improvisada sem a menor estrutura onde a chapa fica na altura dos seus peitos porque o fogão de duas bocas foi colocado em cima da pia e você ficou lá soltando coisas da chapa feito louca por horas a fio num evento corporativo onde as pessoas querem mais é aproveitar a grana do dono da empresa, como se o cara fosse pagar mais pelo que se come.
Bem, sabe o que que acontece quando se trabalha nessas condições horas a fio? A coluna das pessoas trava.
Eu travei, fui travando nos dias seguintes com mais e mais trabalho depois desse evento da chapa, fiquei sem a menor mobilidade, não conseguia mexer nada da cintura pra cima ontem.
E daí, here we go again to Santa Casa! - ainda bem que eu moro em frente ao hospital.

Os bons enfermeiros que me perdoem, mas a maioria dos enfermeiros são estúpidos porque não conseguiram entrar na faculdade de medicina, uns frustrados.
Depois dos mal tratos e da injeção de relaxante muscular que dói mais que bezetacil eu olhei pra ela e disse sorrindo: não doeu nada!
Tava doendo até a minha alma, mas eu sou a garota que dorme tatuando, meu bem, se eu tenho algum auto-controle na vida é com dor física.
Se fodeu!

Bem, agora o que me resta é ficar em casa fazendo panetones e stollens pro natal. Na verdade eu só vou apontar o dedo, quem vai colocar a mão na massa (literalmente) é Rodrigo. É bom ser chef de vez em quando...

Vou colocar aqui o e-mail que mandei pros amigos, quem sabe alguém se interessa:


Bem, esse e-mail é para avisar aos amigos que eu e Rodrigo estamos novamente fazendo lindos e deliciosos panetones para o Natal.

E como Natal é sempre a mesma coisa – peru, farofa, meias de natal e etc – resolvemos que pelo menos uma receita nova de panetone teríamos que criar este ano.

Calma, é claro que não deixaríamos de produzir o Panetone Tradicional, aquele com frutas cristalizadas e passas, bem molhadinho.
E nem nosso sucesso de vendas do ano passado, o Ovomaltitone, com gotas de brigadeiro de ovomaltine, que continua disponível e mais gostoso.
Mas resolvemos trocar o chocotone de trufas por uma nova e incrível invenção: o Chocotone de Gianduia - massa de panetone com generosas gotas de Gianduia Callebaut – uma mistura de chocolate belga com creme de avelãs.
E se você ficou com saudades das Trufas, não se preocupe, elas saíram do panetone e agora estão disponíveis em lindas caixinhas de 4 ou 6 unidades. Uma ótima dica também para presentear.

E tem mais uma novidade, este ano também produziremos uma tradição natalina da família Sommer, cuja receita familiar me foi passada pela oma do Rodrigo: o Stollen, a versão alemã do panetone. Uma massa mais densa, à qual é adicionada ricota e frutas cristalizadas (trituradas e misturadas à massa), com passas claras e escuras e um toque de amendoas e castanhas.
E não posso deixar de dizer que quem me conhece bem sabe que eu sempre abominei festas de Natal, mas depois que conheci Rodrigo e passei a comer os Stollens da oma, tudo mudou.
Tá bem, os stollens não são milagrosos mas que eles ajudaram, ajudaram!

Bem, seguem os preços e tamanhos:

Panetone Tradicional:
1 kg: R$ 22,00
1/2 kg: R$ 12,00
100g: R$ 3,00

Ovomaltitone:
1kg: R$ 25,00
1/2kg: R$ 14,00
100g: R$ 4,00

Chocotone de Gianduia:
1 kg: R$ 30,00
1/2 kg: R$ 16,00
100 g: R$ 5,00

Stollen:
1 kg: R$ 26,00
1/2 kg: R$ 14,00

Trufas:
caixa c/ 4: R$ 5,00
caixa c/ 6: R$ 7,50

Todas as embalagens são para presente, como manda o "figurino".
Entregas a combinar.

Encomendas por aqui ou no fabricadepanetones@gmail.com

Workaholic assassina

Preguiça medonha de mexer nas configurações do blog. Quero muito linkar umas pessoas mas a preguiça nos meus dias de folga me domina.
A casa está uma zona, mas mesmo assim é muito bom poder ficar aqui descansando da semana maratona que eu tive.
Sexta foram vinte e uma horas seguidas de trabalho, e sábado foram quinze.
Precisava de pelo menos mais um dia pra me sentir descansada de verdade, mas amanhã a maratona volta com força total. De terça a sexta eu somo mais horas trabalhadas que qualquer um que trabalha de segunda à sábado fazendo as duas horas extras por dia que a lei permite.
Que bom que eu tenho saúde - bom pra mim e bom pra quem me explora.
Mas tenho que admitir que só fico bem assim, quando trabalho que nem camela no deserto - e às vezes as cozinhas parecem o próprio Saara.

Minha amiga Adriana diria que eu aprendi a canalizar minha energia e que isso é ótimo, assim eu paro de tentar matar as pessoas imbecis que encontro pela rua e pela vida.
Eu ainda acho que poderia matar aqueles que fazem merda no trânsito, esses que quase me atropelam de dentro de seus lindos carros, eles merecem uma morte lenta e dolorida, eu só não quero assistir porque ando sem tempo até pra isso...

Pra explicar

Demi-glace é um caldo feito com muitos ossos.

Conversa com o chef

Ele: Você assistiu “V de vingança“?

Eu: Infelizmente sim.

Ele: Porquê infelizmente?

Eu: Porque perdi duas horas da minha vida assistindo essa merda.

Ele: É nada, além do mais vale a pena só pra ver a Natalie Portman, ela dá um caldo!

Eu: Caldo? Só se for demi-glace!

Vida de bipolar

Meu cérebro não funciona sem medicação: a dopamina entra em greve, a serotonina adere e parece que alguém foi contratado pra apertar minha garganta em tempo integral.
Vítima de avalanche, soterramento no morro, ciclone.

Sonhei que um cara que eu admiro muito tinha se matado injetando algumas doses de bezetacil. Acordei com aquela antiga sensação de que a janela tem um imã - olhei lá pra baixo e senti que se deixasse meu peso cair doeria menos.