domingo, agosto 13, 2006

Fico me perguntando porque estou aqui escrevendo coisas e postando.
Teoria: todo mundo escreve especialmente pra alguém.
Eu, no caso, acho que escrevo pra quem nunca me ouviu.

E minhas esperanças, graças à muita martelada na cabeça, parece que alcançaram a marco -20º C ou talvez o melhor exemplo seja 100º C à 1 atm.

Condensação
De mim mesma
Esvair
Quebrar
Matar
Morrer
E enterrar

Lembro bem da morte do meu avô, foi uma dor horrível, maior que enterrar minha mãe. Ainda vim pra casa e fiz almoço pra minha avó, tia-avó, irmã-mais-nova-por-quem-sempre-me-senti-responsável (inútilmente) e pai. Eu, a neta agarrada que preferia o colo dele a qualquer outro, consolei quem ele amava naquele dia, e em outros tantos, em que ele era o grande motivo.

Meu namorado foi trocar as maçanetas e não apareceu no fim do dia como o prometido.

E depois de uns meses eu percebi que enterrar meu avô me fez um grande bem. Parei de usar Aerolin.

Mas sinto saudades de um abraço sufocante nesse maldito dia que inventaram porque ele foi, apesar de tudo, meu pai verdadeiro.

É isso, dessa vez, ninguém vai trocar maçanetas e eu tenho que enterrar a família inteira e fazer almoço pra nova em comemoração.
Talvez assim nasça uma flor em cima da cova.