segunda-feira, outubro 16, 2006

Ciclo 2 - cama, mesa e banho

Enquanto espero a roupa terminar de lavar, penso sobre a vida.

Se eu tivesse que lavar roupa na mão como minha avó fazia, ou pior ainda, se tivesse que ir pra beira do riacho lavar roupas, não pensaria tanto. Ou pelo menos, não daria tempo de parar e escrever.

“A pensar morreu um burro“ é o que minha avó sempre me diz quando olho contemplativa ou quando não ouço o que ela diz por estar envolta em meus pensamentos...

Acho que meus pensamentos sempre incomodaram a família.

Minha madrinha diz que eu sou tão inteligente que passei do ponto, “não faz bem ser assim“, diz ela.

Eu só sei que estava aqui pensando sobre suicidio. Não que esteja pensando em dar cabo da minha vida, mas percebi que não fosse minha infância católica, talvez o suicídio fosse uma opção real.

Hoje, de pé machucado, me vejo devorando alguns livros que Rodrigo tem, os escolho a partir de “autores não cristãos“ - depois de perceber que a dúvida da existência de um deus que me pune fez com que eu chegasse aqui, tenho raiva.

Tenho ódio desse deus que tem tanto poder sobre o mundo e que não faz nada por ele.

...

A máquina parou.

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

No Sonhadores do Bertolucci, tem uma frase muito boa. O cara acabou de brigar com o pai e o amigo dele fala: "Fica calmo. Ele é pai. Os pais fazem isso" - ou algo assim - e ele responde: "O fato de Deus não existir não lhe dá o direito de tomar o seu lugar."
Eu achei DuCaralho.

10/16/2006 8:43 AM  
Blogger dfafda said...

Suicide Girl... isso é nome de site pornográfico hein? Cuidado.
Ó, já diria o Fernando Sabino:
"no final tudo dá certo. se ainda não deu é pq não chegou ao final".
E como eu diria:
"por mais q o filme seja ruim, eu nunca saio do cinema no meio"
E vamos às cervejas...

10/16/2006 9:02 AM  
Anonymous Anônimo said...

Que bom que você teve tua infância católica, after all.
sabe por que a gente pensa em suicídio? Por que fica imaginando como vai ser o enterro, se os putos vão chorar, se aquele acanalha que abandonou a gente vai se esbugalhar em lágrima e dizer ò como eu fui injusto e se debater no chão, se o nosso amor (que ficaria triste e sozinho) ia colocar aquela música, se todos iam cantar.
E por que isso não me parece uma opção? Por que nessa festa não tem jeito da gente ir. Então, qual é a graça? Prefiro as outras festas, meu corpo presente, mesmo que eu sofra, junto do sofrimento tem umas alegrias e tal.
Um beijo
Tô indo pro Rio de Janeiro
dri

10/16/2006 11:27 AM  
Anonymous Anônimo said...

Brilhante reflexão.
E é por isso que sofremos tanto.

10/18/2006 3:11 PM  

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