sexta-feira, janeiro 26, 2007

Will Eisner Bizarria

Estava lembrando de quando eu morava na Nove de Julho e tinha um vizinho pornô. Ele ligava a tv no canal pornô e quando a mulher dele apontava na sala ele passava pro canal de esportes. Eu via tudo do outro lado da avenida através da cortina de vual laranja e tentava adivinhar que posição estavam fazendo na tv. Notei que os closes de boquete eram bem mais usados que qualquer outra posição na maioria dos filmes heterossexuais.

Os vizinhos do lado eram mais um reality show, eles moravam num apartamento do tamanho do meu só que em cinco homens, e cada um tinha pelo menos uma namorada.
Eu ouvia os gritos das pessoas que ficavam na sala enquanto um casal entrava no quarto, e o forró calcinha preta comandava a alegria dos moradores.

No domingo quando abria a porta de casa, sabia tudo que estava acontecendo no Faustão.

Uma vez dei um selinho no Rodrigo no elevador e fui ameaçada de multa pela síndica, em contrapartida a minha ameaça era a de processo, e ela nem ligava, dizia “me processe então“. Foi quando descobri que ela tinha um atestado de insanidade da época em que ela foi indiciada por aliciar duas meninas, uma de nove e outra de seis anos que moravam no prédio e que a mãe deixava no apartamento enquanto trabalhava.

Uma menina do andar de baixo tinha medo do chuveiro, ela chorava toda vez que tinha que entrar embaixo dele e a mãe batia nela todos os dias e ameaçava o pai pelo telefone de prisão por não mandar a pensão no dia certo.

O dono da vendinha da frente era igual ao Mister Burns dos Simpsons só que sem a mão esquerda, ele também gritava com os funcionários que corriam pra fazer as coisas...