Das profundezas do underground
Eu deixei meus cabelos longos, minhas botas, minhas roupas e minhas caras e bocas no passado - na verdade as botas e roupas eu deixei no brechó mesmo.
Eu parei, já há alguns bons anos, de fazer da jaca as minhas pantufas - como diziam meus amiguinhos de Loca e Madame.
Eu cresci, deixei quem quisesse dançando com a parede. Resolvi dançar com gente de verdade, me relacionar com gente de verdade e fazer coisas de verdade.
O mundo de mentirinha continua lá pra quem quiser se distrair com ele, fingir que nada mais existe além do próprio umbigo fake e tatuado. E disso eu tive a mais plena certeza hoje na Festa Folk.
Foram dois shows, o primeiro da Lulina que nesse contexto representa a minha vida real, com gente que vive no mundo real, que trabalha, estuda, viaja (ou fica), adoece, muda de endereço e os amigos vão pintar as paredes (ainda vou terminar a sua, Adriano), e planeja festas e mostras de cinema porque querem ouvir o som que gostam ou querem ver os filmes que não chegam ao Brasil. Um mundo que resolvi entrar quando decidi não cursar mais uma vez o caminho que estava condicionada e fui pro lado oposto ao que meu coração de papelão mandava.
É isso que a Lulina representa na minha vida, a saída. A vazão da sensibilidade - que eu tinha deixado estagnada lá pra ser uma eterna adolescente desse mundinho.
O segundo show foi do Daniel Belleza que representa esse mundo das profundezas de onde eu consegui escapar. Depois de um tempo o público da Lulina foi dando espaço pro público do Belleza (que tocou de tudo mas Beck acústico como foi prometido, necas!) e a impressão que eu tive foi que eu estava n`A Loca, o bom foi olhar e ter a certeza: eu não sou daqui.
Vou colocar aqui a letra e o link pra uma das músicas que Lulina tocou hoje (e que eu chorei que nem neném):
O que você estiver vendo a nuvem formar agora
As nuvens formam qualquer desenho que eu imaginar
Vem o vento e muda tudo de lugar
As nuvens são como as pessoas que eu encontrar
cada um vendo a coisa que quiser enxergar
eu vi um passarinho se jogar do oitavo andar
Quando chegou pertinho do chão voltou a voar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Na nuvem vejo um casal, vão se beijar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Na nuvem vejo umas crinças brincando de pegar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Na nuvem vejo alguém sozinho parece que vai chorar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Ouça aqui
Bem vindo ao meu mundo.
Eu parei, já há alguns bons anos, de fazer da jaca as minhas pantufas - como diziam meus amiguinhos de Loca e Madame.
Eu cresci, deixei quem quisesse dançando com a parede. Resolvi dançar com gente de verdade, me relacionar com gente de verdade e fazer coisas de verdade.
O mundo de mentirinha continua lá pra quem quiser se distrair com ele, fingir que nada mais existe além do próprio umbigo fake e tatuado. E disso eu tive a mais plena certeza hoje na Festa Folk.
Foram dois shows, o primeiro da Lulina que nesse contexto representa a minha vida real, com gente que vive no mundo real, que trabalha, estuda, viaja (ou fica), adoece, muda de endereço e os amigos vão pintar as paredes (ainda vou terminar a sua, Adriano), e planeja festas e mostras de cinema porque querem ouvir o som que gostam ou querem ver os filmes que não chegam ao Brasil. Um mundo que resolvi entrar quando decidi não cursar mais uma vez o caminho que estava condicionada e fui pro lado oposto ao que meu coração de papelão mandava.
É isso que a Lulina representa na minha vida, a saída. A vazão da sensibilidade - que eu tinha deixado estagnada lá pra ser uma eterna adolescente desse mundinho.
O segundo show foi do Daniel Belleza que representa esse mundo das profundezas de onde eu consegui escapar. Depois de um tempo o público da Lulina foi dando espaço pro público do Belleza (que tocou de tudo mas Beck acústico como foi prometido, necas!) e a impressão que eu tive foi que eu estava n`A Loca, o bom foi olhar e ter a certeza: eu não sou daqui.
Vou colocar aqui a letra e o link pra uma das músicas que Lulina tocou hoje (e que eu chorei que nem neném):
O que você estiver vendo a nuvem formar agora
As nuvens formam qualquer desenho que eu imaginar
Vem o vento e muda tudo de lugar
As nuvens são como as pessoas que eu encontrar
cada um vendo a coisa que quiser enxergar
eu vi um passarinho se jogar do oitavo andar
Quando chegou pertinho do chão voltou a voar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Na nuvem vejo um casal, vão se beijar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Na nuvem vejo umas crinças brincando de pegar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Na nuvem vejo alguém sozinho parece que vai chorar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Vem o vento e muda tudo de lugar
Ouça aqui
Bem vindo ao meu mundo.
10 Comments:
Perfeito.
E fico feliz que vc pense assim...
eu também sinto algo parecido, na verdade.
e a música é linda.
É nessas horas que diferenciamos "ser" de "continuar sendo".
E, como todo gerundismo, continuar sendo é pra quem não conhece as delícias do infinitivo.
Parabéns pelo novo mundo. Beijos...
Mancha, isso foi genial!
Adorei que você veio.
Beijo.
Edson, só o que tenho a dizer é: pare de tomar a pílula!
Afinal...é "As Nuvem" ou "As nuvens"?
e Ma que porra de sotaque é esse dessa Lulina???
Senhor anônimo, o correto seria "as nuvens", claro. Fui eu que cheguei em casa às seis da manhã bêbada e escrevi tudo torto, como eu me encontrava.
O sotaque "dessa Lulina" é de Recife, lindo não?
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Este comentário foi removido pelo autor.
ué...removeu pq? bjs Sodré
Fazendo a autoritária: Porque o blog é meu.
Beijo.
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