sexta-feira, agosto 24, 2007

Japonês Safado

Agora eu posso dizer, sou fascinada por Haruki Murakami, ele é definitivamente meu escritor preferido.

Me pego aos prantos no final dos livros, não consigo parar de ler, varo a noite, vou podre pro trabalho, esqueço que a Rúcula acabou (e isso é muito, muito grave) porque estou lendo algum livro dele.
Fico aérea, ele me pega com a mão e me tira da órbita. Tive que parar o último livro que lia (Minha Querida Sputinik) porque me atrapalhava no trabalho.

Eu já li três livros dele e estou desesperada por mais um.

Durante o livro todo não existe sequer uma página em que ele não me ensine ou me lembre de algo importante que eu não devo esquecer.

Sempre tem algo trágico, suicídios, desaparecimentos e afins, mas não se trata disso, não é pelo fato em si que fico assim como estou agora, com vontade de sair por aí gritando e me esvair de chorar pra ver se passa o que esse filho da puta fez entrar em erupção aqui dentro - ele é um grande filho da puta.
Não fico assim emocionada por qualquer identificação com a perda em si mas pela forma como o narrador redescobre o mundo e passa esse luto. E o luto não termina, o livro acaba e o luto fica - em você.

Pela forma como ele define e te joga na cara a solidão inerente à cada ser humano. Como ele te diz: “Toma, olha aqui o seu vazio, ele é seu e só seu e ninguém nesse mundo pode fazer nada por isso, você é quem tem que dar conta dele.“
E o mais foda é que ele consegue dizer isso da forma mais sutil e bonita.

Sei lá, tem coisas que mexem comigo de verdade, e o que esse cara escreve é sempre assim, causa vários graus na escala Richter dentro de mim.