domingo, maio 24, 2009

salto mortal

Amanhã é a última Folk This Town! até segunda ordem.
Provavelmente a festa não voltará no formato quinzenal e meu maior medo é ela não voltar nunca mais, mas isso fica pra outro dia - ando procastinando os medos e anseios.

É o fim de uma época, por mais clichê que isso possa soar.
E me dá um frio na barriga porque tudo virou de pernas pro ar e provavelmente isso não tem nada a ver com o fim da periodicidade da festa, mas também tem, sei lá. Tá tudo tão confuso que também dou nó.

Daí eu coloco uma música muito antiga da Lulina que sempre me consola: Do You Remember Laura.
E me sinto mais confortável nesse mundo acrobata.

http://www.youtube.com/watch?v=-SaYK0UVkis

quinta-feira, maio 21, 2009

Entregue às baratas

Toda segunda-feira eu saía do trabalho e ia pra lá.
Ele morava em frente ao Copan, num apartamento “decorado“ que tinha mais baratas do que qualquer outro lugar onde já pus os pés.
Eu nunca fui fresca com insetos, mas aquilo era demais.
Não quero me ater às baratas...

Eu era uma das primeiras a chegar, saía cedo do trabalho.
Sem muitas cerimônias ele tirava minha roupa ou mandava eu tirar. Lá depois da segunda ou terceira vez eu praticamente passei a fechar a porta com a calcinha na mão.
Vinham muitas pessoas.
Tantas, que muitas vezes na rua me reconhecem dessa época. 
Finjo que não sou eu.
Sempre faço isso, quando alguém insiste em me dizer um “oi“ ou mesmo faz aquela cara de “acho que te comi“. Desvio o olhar, bonito, com cara de paisagem, como se fosse uma vaquinha pastando num dia de sol, sossegadamente.
Eu disfarço bem, me orgulho disso.

O que eu nunca vou conseguir explicar é que eu saia de lá arrasada, jurando que nunca mais pisaria naquele lugar imundo, cheio de pessoas que mandaram qualquer sensibilidade junto com a descarga num banheiro público.
E na semana seguinte eu estava lá, e todos os juramentos se perdiam de mim pra alguma galáxia distante quando recebia um sms que dizia: vem pra cá

terça-feira, maio 19, 2009

naopensarnaopensarnaopensarnaopensar

naopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensar
naopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensar
naopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensar
naopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensar
naopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensar
naopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensar
naopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensarnaopensar




Olha quanto burro feliz tem pelo mundo!

segunda-feira, maio 18, 2009

It´s a wonderful life

Fico aqui pensando em édipos e electras e todos esse complexos que nunca entendi.
Na histeria, na neurose, na paranóia... e me lembro de um sonho que tive hoje onde eu pegava o síndico do prédio do meu pai - não pergunte como e nem porquê.
Me lembro do Faces do Cassavetes.
E a balança acusa 57 quilos, o que quer dizer que tenho o mesmo peso que há 10 anos.
E como tudo nesta vida tem um lado bom, entrei no meu vestido chinês de novo.
A parte ruim é que...
...
Bem, a parte ruim eu vou deixar pra outro dia.
Só por hoje.

sábado, maio 16, 2009

Tristeza não tem fim

Acordo nessa cama enorme e fria e me sinto um clichê da mpb.
Penso em tudo isso aqui, nas nossas metades que se uniram pra se sustentar e agora desabam como se fosse uma laje corroída e abandonada ao tempo.
Tá errado desde o começo dessa construção, esse cimento não ia colar nada mesmo.
E sempre foi assim, eu sei, temos que admitir, tudo não passou de uma grande vontade.
Agora, finalmente será oficial, você de um lado do mundo e eu de outro.
Brasil-Japão.
Mas sempre foi assim, não foi?
Eu que sonhava que não.

sexta-feira, maio 15, 2009

PARAÍSO

Estava escrito no capacho e tinha uma seta que indicava a porta.
Fiquei pensando no paraíso, não sei se viveria bem lá, mas já vivi no inferno e não foi legal.
Gostaria de viver num lugar que se pareça com um lar.
Isso faz toda a diferença.

Dei o lugar no metrô pra um casal com um bebê.
Ele gentilmente disse pra ela se sentar, ela recusou, disse pra ele ficar mais um pouco com o bebê.
Ele admirava, orgulhoso, as caretas daquele recém nascido, chamando a atenção da mãe, que sorria feliz ao ver o bichinho bocejar e mexer as micro mãozinhas.
Por um momento eu sorri feliz com aquele casal e logo depois me dei conta do quanto estou longe dessa matemática louca em que uma pessoa mais uma pessoa é igual a um joelho...

segunda-feira, maio 11, 2009

queda do império

Eu sempre fiquei triste quando a maré derrubava meus castelinhos de areia.
Dia desses resolvi fazer um castelo com uma base bem forte de areia molhada e palitos de sorvete. Também decidi cavar um poço bem fundo na frente do castelo pra evitar que a água chegasse até ele.
Então eu cavei, cavei, cavei e cavei até não aguentar mais, e quando vi, uma onda enorme derrubou meu castelinho que nem estava terminado ainda.
Passei a manhã inteira cavando um poço pra evitar que a maré subisse (como se pudesse fazer isso) e esqueci de terminar o castelo e me divertir com essa tarefa.

domingo, maio 03, 2009

Pessoas de plástico não morrem

Elas ouvem as mesmas músicas durante a vida inteira porque alguém algum dia disse que aquilo era bom.
Fazem as mesmas coisas durante uma vida inteira porque gostaram da primeira vez.
Comem pastel de queijo e sorvete de creme até o dia da morte sem se importar com a infinidade de sabores a se provar sobre a face da terra.

E não importa se elas ficarem muito empoeiradas ou descoloridas do sol porque tem mais delas, milhões sendo fabricadas em algum galpão na China.