quarta-feira, outubro 31, 2007

Atenção caros leitores e amigos:

Procuro emprego e/ou trabalho e/ou empréstimo e/ou doação, em suma, sobrevivência.

Vale me indicar pra quem me passe press release, trabalho escolar, psicografia ou campanha publicitária.
Na área da gastronomia trabalho criando cardápios e executando pequenos eventos; ou como cozinheira free lancer em buffets que realizam eventos; faço extra como garçonete em restaurantes, eventos e afins.

Para o Natal, planejo alguns tipos de panetones novos, aguardem a divulgação.

Enquanto isso, caso precisem de um designer gráfico, contratem Rodrigo


Desesperadamente,

Carol

sexta-feira, outubro 26, 2007

Seis da tarde

Hoje engoli uma mosca com sabor de flores, ela ainda está entalada na minha guela.

Faz um tempinho, deixei meu poço sem fim de tristezas, subi pra ver o céu e ele está azul e tem lindas nuvens que fazem formatos de coelhos e elefantes cor de rosa de poluição.
Me lembro do lençól do dumbo que me cobria quando era criança, e de repente, cai uma chuva linda, dessas que parece que se abriu um ziper no céu. Desabam pingos de sol do outro lado da janela. Bisteca olha do sofá com os olhos tristes dela, deve estar pensando que seu passeio está arruinado. A chuva faz um barulho gostoso e a ouço entrando pela janela do banheiro, vou fechar. Sinto uma incrível vontade de tomar um banho e cair na cama, mesmo às seis da tarde.
É que engoli uma mosca.

quinta-feira, outubro 25, 2007

Queimada no rabino - ensaio

Ando trabalhando muito, meu cérebro parece que vai dar shut down ao final de 13 horas de trabalho. Penso em várias coisas e daí todas travam - tem que resetar.
Tenho anotado todos os assuntos sobre os quais quero escrever, como se fossem nomes de capítulos de um livro.
Às vezes me sinto mal de pensar em escrever. Tem tanta gente boa querendo publicar livros que já estão ali, prontos, só esperando verba... Me envergonho, meu português mambembe me encabula.
Mas agora que finalmente resolvi escrever os “tópicos“, percebi que seria muito bom pra mim se colocasse isso pra andar. Então, avante!
Tô só esperando baixar um pouco o volume de trabalho lá no buffet pro meu cérebro voltar ao normal. Queria poder contar da “queimada“ que eu dei no rabino, mas melhor esperar. Hoje eu faria um esforço fenomenal (mais um) pra escrever essa história e não sairia tão legal que eu me conheço.
Por hora escrevo aqui um jingle que criei entre amigos e que fica martelando na cabeça toda vez que tenho que chamar o rabino pra acender a boca do fogão ou quebrar ovos.

“Henry Sobel, é o papel
Ele é mais fino, limpa o rabino“

segunda-feira, outubro 22, 2007

Quando eu for chef de cozinha

Na entrevista pra contratação dos cozinheiros, uma das perguntas será: O que você acha sobre o Arnaldo Jabor?

Se o mané disser que acha o cara “legao“, tá fora.

Outro dia eu fui xingada pela equipe toda quando disse que acho o sujeito um cretino e que abomino aquele tipo de “filosofia do cotidiano“ dele.
Não sei porque ainda tento.

Foda.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Mau sapão

Fico meio paranóica que as pessoas do meu trabalho por um azar do meu destino possam cair aqui. Melhor falar genéricamente sobre gastronomia.
Xingar só o cara que fez jaca na grelha com molho de balsâmico e pronto.
Deixa meu chef pra lá, depois que não precisar mais dele eu falo mal.

Eu sou uma pessoa má? Isso depende do seu ponto de vista.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Google, oráculo dos náufragos

Um sujeito que faz perguntas na página de busca do google não navega, bóia.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Sábado, a Nina Horta sentou na mesa do lado no boteco onde eu estava tomando cerveja.
Eu fiquei em frenezi. A Nina Horta sentada do meu lado contando histórias da cozinha da casa da mãe dela na Barra da Tijuca quando a Barra da Tijuca não tinha nenhum prédio. Fiquei louca, queria muito poder ouvir aquela conversa de perto e perguntar coisas e entender direito o que ela disse sobre cozidos de carne - da mesa do lado eu sapeava algumas coisas, mas claro que perdi muitas.

Que coisa, essa cozinheira que eu admiro tanto tão perto e tão longe.
Eu disse: quero ser ela quando crescer.
Os meninos tentaram me encorajar a uma aproximação.
Eu pensei no caso, mas daí lembrei das pessoas que se formaram em gastronomia no ano passado, são sete mil ao todo só na cidade de São Paulo. Deu medo de ser mais uma intrusa chata na noite de sábado dela. Imaginei quantas pessoas chegam nela por dia pra conseguir um contato pra galgar mais um degrau na vida...
Desisti.

Domingo fui trabalhar, enquanto esperava a cebola fritar na frigideira pro recheio da massa, eu peguei umas abobrinhas pra picar pro cous cous. Estou entretida mexendo minha frigideira e picando minhas abobrinhas quando a garota nova pára ao meu lado e diz com um entusiasmo estranho: Brunoise!
Não sei o que ela esperava, falou com uma ênfase de quem encontra um amigo de infância na rua. Fiquei imaginando se ela queria que a abobrinha respondesse: Mayra, quanto tempo!

Só sei que a garota é aluna do curso de gastronomia da Unicsul - seja lá o que isso for. Pelo que vejo, em dois anos de curso os alunos devem ser apresentados pra algumas técnicas pra ficar por aí falando o nome delas, e depois vão “trabalhar“ ganhando o mesmo que eu.

No final do dia tomamos cerveja, logo cedo as mulheres foram embora - graças!
Eu não aguentava mais ter que ser educada com aquela conversinha sobre tratamentos de cabelo - porque será que as mulheres se sentem confortáveis de vir falar sobre esses assuntos comigo? Acho que vou raspar o cabelo.

Ficaram os homens, os cozinheiros e o chef, todos formados em Icif, Anhembi Morumbi, Senac... Gente fina e pós-graduada.
Eu fiquei junto, não perco por nada uma conversa assim, fiquei na esperança de aprender com eles.
Bem, eu aprendi.
Mesmo o cara que tem uma tatuagem com frases sobre o amor dele pela gastronomia é um merda. Todo amor pela gastronomia não passa de saber técnicas e picar rapidamente coisas e saltear em frigideiras enormes com labaredas enormes queimando os cílios pra parecer bom. Sendo que quem faz labaredas é ruim, não é seguro, mas as pessoas se acham muito boas botando fogo nas coisas, é engraçado. Eu fico pensando que a carreira de malabarista pirofágico também serve pra eles, talvez um dia eles mudem.

As conversas sobre chefs mal educados me cansam profundamente então eu tentava falar de gastronomia especificamente, fui enveredando a conversa pra esse lado pra ver que coelho saíria daquela cartola.
Falei das minhas descobertas de barraquinhas e quitutes por aí... Sobre o melhor pastel que já comi que é feito por uma velhinha de quase noventa anos, que é preciso correr pra comer a iguaria, mas ninguém se interessou - vai ver não gostam de pastel. Daí falei sobre o pão chinês e o bolinho de polvo da feirinha da liberdade, sobre a bahiana que atende no porão de casa e que só recebe conhecidos, disse que se eles quisessem eu poderia levá-los. Continuaram sem interesse pelo que eu dizia. Falaram do pão chinês da Itiriki que não tem nem recheio direito, é ruim, e nem se interessaram minimamente em saber onde é a barraquinha com o pão chinês gostoso que eu falei.
Percebi que pra eles tanto faz. Passar pela liberdade e entrar na padaria foi só um acaso, não faz parte deles, eles não amam isso. A gastronomia é um assunto que fica na parte profissional da vida deles e ponto final.
Nenhum coelho.

Estou chocada, muito chocada.
Quando eu trabalhava com nordestinos que acabaram na cozinha por falta de outra oportunidade na vida e que se fizeram bons nisso, era mais legal, porque eu falava de tal boteco e eles iam comigo conhecer, me contavam de outro lugar tal que tem atolado de vaca ótimo. É que pra mim aquilo era limitado, eu queria gente inteligente pra discutir, gente preparada pra me ensinar coisas, trocar.
Hoje eu trabalho com pessoas que escolheram estar ali, que se prepararam pagando fortunas em faculdades e cursos no exterior, mas no final dá quase na mesma.

A conversa de ontem, a certa altura, virou uma espécie de joguinho pra ver quem conhecia mais coisas exóticas - foi ridículo e infelizmente, inevitável.
O chef citou o ovo milenar chinês. Eu nunca comi, Rodrigo sim, disse não ser algo imperdível, então eu nunca me interessei muito, mas sei onde tem na liberdade por conta dele.
Daí perguntei pro chef onde ele comeu o tal ovo milenar, a resposta foi, na faculdade, fizemos na aula de cozinha tradicional chinesa.
O detalhe é que ele dizia que o ovo era enterrado em cinzas e mais um ácido muito forte que ele não se lembrava o nome. Eu achei estranho ser um ácido e perguntei se não era soda cáustica. Ele disse, isso mesmo, soda cáustica, esse ácido!
Então fui obrigada a lhe informar que soda cáustica não é um ácido e sim um alcalino muito forte, é basico, eu disse.
Ele ainda querendo sair por cima disse, não, mas ou é básico ou é alcalino!
E eu tive novamente que informá-lo que básico é o mesmo que alcalino.

Agora preparem-se para a parte alta da noite: cozinheiro formado há cinco anos na Anhembi Morumbi diz que eu deveria me enveredar pelo caminho da cozinha molecular, já que eu tenho tanto conhecimento em química.

Meudeus! Cozinha molecular... pegou no calo.
Eu tive que responder que não me interesso por esquizofrenia.
Ele não entendeu, claro, tive que explicar mais ou menos como age um esquizofrênico, disse que ele perde a capacidade de dicernimento, já não sabe mais o que é azul e o que é amarelo. Isso é mais ou menos o que o pai da tal cozinha molecular (O Ferran Adriá), tão em voga, faz. Constrói ar com sabor e chama de comida. O tal “ar de cenoura“ vem em forma de ar (invisível) numa colher e tem sabor de cenoura. Desde que o mundo é mundo ar se respira, ar nunca foi e nunca será comida, por isso não pode ser preparado numa cozinha, na cozinha se faz comida - esse é apenas um exemplo, se eu ficar aqui escrevendo este post não termina nunca.
Ferran Adriá a parte, a coisa toda que eu queria dizer é que é muito grave chamar isso de comida.
Além do mais, química sempre foi a matéria que eu mais odiei em toda a minha fatídica vida escolar, porém saber o que é ácido e o que é básico é necessário pra vida, foi o que averiguei quando tinha 15 anos e decidi então aprender o beabá da química pra não me tornar uma pessoa tão perdida - essa última parte, eu deveria, mas não falei.

Depois disso eu consegui escapar, minha carona resolveu finalmente ir embora e eu voltei pra casa arrependida de ter ficado bebendo com eles. Depois, constatei que não devo muito pra esses sete mil que se formaram ano passado, e também que não devo muito pra mais outros tantos que se formaram em outros anos. Me pergunto agora porque eu não fui falar com a Nina Horta no Sábado. Provavelmente esses caras nunca viram a cara dela, nunca leram nada dela e ela deve passar ilesa pelas ruas.
E eu perdi a chance de conhecer a cozinheira e cronista que eu tanto admiro.

Se arrependimento matasse eu seria um ovo milenar!

sexta-feira, outubro 05, 2007

Para a minha amiga Iuska ancorar

Todo oceano termina em terra ou toda terra termina em oceano.
Bem, no caso, não estou muito certa de onde começa e nem termina nada, sou meio confusa sabe? Mas de uma coisa eu tenho certeza: uma hora ou outra a gente acha essa terra firme sem mar.
Conselho da menina que tem o mar perto dos olhos.

Joanna Newsom - Bridges and Balloons

Quarta-feira

Quarta-feira o Edson nos deu ingressos pro show da Joanna Newsom.
Bem, o caso é que eu não gostava da Joanna, honestidade. Como o ingresso foi gratuito, eu fui. Um show é sempre mais legal que ouvir um cd, claro.
Mas achei mesmo que eu teria que sair na metade, levei até um livro na bolsa caso me irritasse muito com os agudos da moça.
A verdade é que Rodrigo sempre queria ouvir o segundo cd da mulher, e ela faz um certo estilo “mulher que grita“ que me irrita profundamente quando estou tentando limpar a casa, por exemplo. Acho que ninguém quer uma “mulher que grita“ gritando na orelha numa hora dessas.
Descobri que ela tem que ser ouvida na hora certa, essa que é a verdade, tem que estar no “mode on: não me importo com agudos“.

Bem, como eu disse, eu fui sem saber o que aconteceria, se sairia do teatro pra ler ou se aguentaria o show até o fim - levei até algodão pra colocar nos ouvidos.
Quem é fan dela e leu isso até aqui deve estar querendo me matar, foda-se.

O que aconteceu foi que ela é absolutamente fascinante.
Aquela mulher tocando harpa era algo maravilhoso, incrível, uma das visões mais belas que eu já tive. E ela tirava um som indescritível daquilo, uma coisa linda - por não ter mais como descrever. Ela parecia um ser mitológico, alguém que veio direto de dentro de um livro antigo escrito numa língua morta. Ela é um ser de outro mundo tocando e cantando.
E eu chorei em duas músicas.
E depois chorei mais no final, quando percebi que há algum tempo eu não sentia nada parecido.
Quarta-feira eu me senti viva.

Obrigada Edson.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Coelhos

Uma vez, em Juquei, minha avó quis fazer coelhos. Comprou-os vivos junto com um frango. Fui com ela até o criadouro e voltei pra casa levando os coelhos na sacola com a cabeça pra fora, um cinza e outro malhado preto e branco, uma felicidade.
Coelhos sempre são fofos, eu roubei uma cenoura da geladeira pra dar pra eles. Minha avó brigou, disse que eles virariam “coelho a caçadora“, que não eram brinquedo.
Não eram brinquedo, eram comida, aqueles seres fofos que eu queria brincar e abraçar eram comida, ou virariam comida logo em breve.
Desesperei. Eu pedia, implorava, pra minha avó não matar os coelhos, eles eram meus amigos. Inventei uma série de idiotices, disse que os coelhos estavam pedindo pra não serem mortos, que eles queriam ir comigo pra São Paulo.
Na verdade os coelhos eram burros, eu tentei soltá-los mas eles não fugiam. Hoje eu sei que eles estavam com medo, mas naquela hora eu os achei burros, muito burros. Mesmo assim eu queria que eles vivessem e não virassem um ensopado.
Minha mãe chegou da praia e estava de bom humor, achou graça em ver meu desespero, ficou me perguntando porque eu me importava tanto com os coelhos se o frango teria o mesmo insucesso e eu não estava nem aí pra ele. Eu tentava explicar que o frango era estranho e que era comida de qualquer maneira, mas os coelhos não, eram bonitinhos - ela achava graça. Rebatia dizendo que eu não estava sendo correta, que estava discriminando o frango, que meus argumentos não eram bons. Sempre dizia coisas assim, normalmente eu tinha que argumentar muito bem pra conseguir qualquer coisa que fosse e pra não tomar bronca. Mas nesse dia, por mais que eu argumentasse ninguém me daria os coelhos, ninguém desistiria do delicioso coelho a caçadora da minha avó.
Na minha cabeça eu não entendia, e não entendi por muito tempo, como alguém poderia matar um coelho. Ela ia fazendo perguntas e achando graça das minhas respostas e entramos numa discussão filosófica sobre coelhos e frangos e o Pernalonga e a Páscoa e com esse lero, lero, sem que eu percebesse ela me levou pro quarto do fundo da casa, me distraiu e começamos a brincar de mímica.
Foi uma brincadeira mágica porque ela nunca brincava comigo, e as raras vezes que tentava logo desistia porque nunca teve a menor paciência, logo começava a gritar feito louca e a brincadeira acabava em castigo, palmadas na bunda e coisas do tipo.
Puxa, minha mãe estava brincando comigo, isso era incrível! Me lembro nitidamente - deveria ter uns 7 ou 8 anos, porque me lembro do tamanho da minha irmã, dá pra medir por aí. Brincamos um tempão, cada uma pensava num objeto e tinha que fazer a mímica pras outras duas descobrirem o que era. Tava tão legal. Eu não queria que aquilo acabasse nunca! Que coisa incrível, minha mãe fazendo mímicas muito engraçadas e se divertindo...
Até que minha avó gritou “pronto!“, e o encanto se desfez, ela quis parar de brincar e pegou um livro pra ler na rede. Eu fiquei me retorcendo tentando imitar alguma coisa com três asas ou algo assim, sem êxito algum, e nisso, me lembrei dos coelhos - os coelhos!!!!!
Corri pra ver os coelhos, minha avó estava terminando de lavar o quintal, ainda tinha sangue... Os coelhos estavam em cima da pia, o frango tinha ido pra panela e uma parte da minha auto-estima, pelo ralo.

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Se a gente não homenagear de alguma forma nossos escritores preferidos, homenagearemos quem?
Sendo homenagem um eufemismo pra plágio, claro.

Abadá

Os sonhos são as nossas impressões sem a razão em cima delas, são nossas sensações puras, sem as distrações do mundo real - quem disse isso (ou algo semelhante) foi o vocalista do Grenade. Ele escreveu no blog dele (já morto) há uns tempos, Rodrigo me contou.

Achei muito pertinente a observação dele. Nos meus sonhos, eu sinto também essas sensações puras. Na verdade é a sensação de infinito que eu tenho nos pesadelos, os sentimentos são tão intensos que nunca acabam dentro daquilo. Um intenso sem fim, por isso são pesadelos.
Normalmente estou angustiada (é a minha clássica sensação de angústia) e sinto tudo sobre essa sensação. Mas no meio disso tudo tem milhares de referências minhas e só minhas, claro - meu mundinho pessoal e intransferível, até que se invente um transplante de cérebro.

Eu não sei como são os sonhos das pessoas por aí, mas meus sonhos são estranhos.
Em meu caderno de sonhos (eu levo isso à sério) tem relatos de um sonho em que minha avó tinha patas de cachorro e nós seguíamos um índio manco numa floresta estilo Star Wars. Mais de uma vez estou fugindo vestida com um pano de chão cobrindo a frente e uma canga rasgada em cima dos ombros nus, com frio, meio ala dos pobres da Beija-Flor.
Numa noite dessas eu era um peixe cor-de-rosa de um cardume de seis peixes que fugiam num mar de cores quentes com plantas carnívoras.
Outra noite, eu era um general do exército americano que escondia a gravidez de meus superiores, a criança na minha barriga era o Nhonho, personagem daquele programa mexicano que passava no SBT, o Chavez.
Sem falar do clube de sado-masoquismo, o Mundo Animal, onde as pessoas são “maltratadas“ com utensílios de cozinha.

Apesar dos meus sonhos traduzirem essas sensações puras, elas vem vestidas pro carnaval.

Se não tem um homem presente, seja ele um índio, um peixe macho ou um superior da U S Army, tem uma voz masculina no fundo. Às vezes a voz me indica a direção, às vezes me confunde dizendo coisas como “ao vencedor as batatas“. E no meio da perseguição, fuga ou algo assim, vem um garçom e me serve um prato de batatas cozidas sem sal. Como o comercial que corta o filme na parte mais interessante.